A inadimplência é uma sombra incontornável para quem enfrenta o desafio de conciliar receitas insuficientes com despesas urgentes. Este fenómeno, marcado pelo incumprimento do devedor num determinado prazo, não só entra em conflito com a situação das finanças pessoais, como também deixa marcas na reputação creditícia e no acesso futuro a recursos financeiros. A gestão da dívida é um dos pilares da boa saúde financeira. Embora o crédito seja uma ferramenta poderosa e acessível, se não for utilizado de forma responsável você pode acabar caindo em uma situação muito complexa.
Leonardo González, do escritório de contabilidade e fiscal Furlone, afirma que o atraso no pagamento é “a falta de pontualidade ou atraso no pagamento de um valor devido ou na devolução de algo, neste caso dinheiro”. E acrescenta que pode ser atribuída a pessoa singular ou coletiva que não tenha cumprido a sua obrigação.
As principais razões pelas quais existem inadimplentes
As causas que podem levar uma pessoa ao incumprimento de uma dívida podem ser classificadas com base na sua situação:
- Inadimplentes acidentais: Eles pretendem pagar, mas falta liquidez na hora do pagamento, então uma boa opção para resolver é o refinanciamento da dívida com o banco.
- Inadimplentes circunstanciais: Eles também pretendem pagar, mas não podem arcar com o pagamento devido a algum problema circunstancial, e cancelarão a dívida quando esse problema for resolvido.
- Inadimplentes intencionais: Ao contrário dos anteriores, têm capacidade de pagar, mas não intenção. Por isso atrasam ao máximo o pagamento, tentando a qualquer momento não cumprir a obrigação adquirida.
- Inadimplentes desorganizados: Pretendem cumprir as suas obrigações, mas em muitos casos desconhecem os pagamentos ou a data de vencimento.
- Inadimplentes negligentes: Tal como no caso anterior, são pessoas que não cumprem as suas obrigações de pagamento, mas também não têm interesse em pagar.
O que pode levar uma pessoa a uma situação de atraso no pagamento?
“Entre as causas mais difundidas da inadimplência bancária encontramos a falta de trabalho ou de renda suficiente para fazer pagamentos em tempo hábil, o superendividamento, o aumento dos problemas de saúde, os impactos das mudanças nas condições macroeconômicas (por exemplo, aumento da taxa de juros) .de juros que afeta os empréstimos contraídos a taxas variáveis) e má gestão financeira”, afirma Alexandra Galloni, contadora da Speroni & Asociados.
O especialista acrescenta que existe também um setor que poderia ser classificado como “inadimplentes intencionais”, formado por aqueles devedores que, embora tenham capacidade de pagar, inadimplem deliberadamente, atrasando ou retardando o cumprimento.
Quais são as consequências do atraso no pagamento?
O contadora Daiana afirma que “se o devedor atrasar o prazo não significa que não pagou o dinheiro, significa que não pagou o dinheiro no prazo prometido”.
No entanto, a não regularização desta situação pode ter consequências como a impossibilidade de obter financiamento bancário e ser registado como inadimplente na compra de bens e na contratação de serviços futuros, quer junto do mesmo banco, quer junto de outra entidade ou empresa.
“Caso você enfrente dificuldades para cumprir os compromissos de pagamento de um empréstimo, pode ser uma opção explorar a possibilidade de solicitar o refinanciamento da dívida por meio de uma instituição financeira”, acrescenta Daiana.
É utilizado para verificar a situação creditícia de uma pessoa ou empresa ao solicitar um empréstimo, cartão de crédito ou qualquer produto que implique compromisso de pagamento.
Que tipos de inadimplentes existem?
Os inadimplentes são classificados em uma escala que vai de 1 a 5, conforme as seguintes descrições:
- Normal: inclui todas as pessoas que possuem produtos financeiros ou de crédito, com atraso de pagamento de até 31 dias. Esta é, por exemplo, a situação típica de quem usa o cartão de crédito e paga em dia.
- Baixo risco: clientes com atraso de pagamento superior a 31 e até 90 dias da data de vencimento, o que implica alerta antecipado de incumprimento.
- Risco médio: clientes com atraso de pagamento superior a 90 e até 180 dias.
- Alto risco: Aplica-se a quem tem dívidas vencidas há mais de 180 dias até um ano.
- Irrecuperável: atrasos superiores a um ano.
É um documento que pode ser exigido para transações jurídicas, comerciais ou administrativas, pois fornece suporte jurídico e segurança às operações. Como solicitá-lo e em que casos é importante.
Como resolver o atraso no pagamento?
Daiana afirma que existem diversas ferramentas que podem facilitar a cobrança de dívidas em atraso, entre elas estão:
- Informação: que a pessoa saiba qual é a sua dívida, desde quando foi criada, o que a causou.
- Monitoramento: que as empresas e entidades financeiras disponham de instrumentos de monitorização da situação financeira dos clientes, de forma a detectar atempadamente se é gerado algum tipo de dívida. Também é aconselhável enviar lembretes periódicos aos clientes sobre seu status.
- Forma de pagamento: possuem diferentes formas de pagamento, para oferecer aos clientes a opção mais confortável para regularizar sua situação: transferência, dinheiro em caixa, depósito e até pagamento eletrônico.
- Estudos Jurídicos: Existem escritórios de advocacia especializados em cobrança de dívidas, por exemplo, dívidas escolares. Eles conhecem os formulários e trabalham para minimizar atrasos.